Então está claro:
um limite me foi estabelecido.
a dor tinha um objetivo ao vir, e está consumado.
Meu coração é, agora, como uma rocha
habitando no desconhecido, vazia e escura
me espancando por dentro.
Estranhos vieram até a mim
eles me pareciam solitários,
insistiam em habitar aqui
então gritavam: "Deixe-me entrar!"
E apenas o eco correspodia
já eu, não abria minhas portas.
Nunca foi fácil viver na escuridão
nunca foi fácil ouvir as paredes
falarem tudo o que eu já sabia.
Elas não se partiam
nem para me deixar ir
nem para deixar eles entrarem.
Mas alguém surgiu sutilmente
e ele veio devagar,
silenciosamente, apenas ouvindo minha voz.
Sem desistir ou tentar
ele ficava por ali,
esperando por mim.
Não mais me senti sozinha,
a minha voz já nao era única.
Não conseguia vê-lo, mas sabia que ele estava ali.
Não conseguia tocá-lo, mas sabia que ele estava ali.
E, dali, não mais sairia jamais.
Um dia, os ruídos me acordaram
as paredes estavam rachando
as pedras desabaram,
e então pude ver a luz vindo
de seus olhos espantados.
Depois, ele sorriu.
Foi o mesmo que ver a luz depois de tanto tempo,
eu senti a rocha desabar em meu peito.
As paredes testificavam o óbvio.
Meu coração já não era oco e escuro.
Me dei conta então:
As colunas do meu coração se renderam,
abriu-se sésamo em mim.
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